❓Conseguem imaginar❓
Aqui estava eu nas margens do Lago Issyk-Kul ao pôr-do-sol.
Começou um frenesim enorme, só se ouviam os barulhos pesados dos cascos a bater no chão a toda a velocidade e a perderem-se à distância…
Apressei-me a sair da minha Yurta.
Era as crianças que estavam a sair a cavalo, a galope, para ir recolher as manadas de cavalo.
Enquanto as mulheres estendiam a roupa para secarem durante a noite, os homens ia recolher os cavalos para mais perto do acampamento.
A razão principal é para evitar que se dispersem durante a noite. Assim logo ao amanhecer, as mulheres podem ir ordenhar as éguas.
Sim, aqui tudo é feito com leite de égua. E a carne que se come é a de cavalo. Em dias de festa!
Antes que este rapaz saí-se a galope, gritei-lhe e fiz o gesto como quem o chama.
O seu nome não sei pronunciar e muito menos escrever. Algo do género Ahrmatian - foi o que escrevi nos meus apontamentos, escrevi como ouvi.
Vejam o ar de gozo dele. De felicidade. Um “Smize” dos mais bonitos.
Estava de partida para ir fazer aquilo que mais gosta: galopar pelas intermináveis estepes.
O frio é cortante e mesmo assim estes rapazes fazem Kms sem parar. Vejam pele rosada toda ferida do frio. Na cara e nas mãos.
Só um povo nómada conseguiria viver aqui. E mesmo assim só durante o verão. No inverno, deixem a altitudes mais baixas para as suas aldeias.
Conseguem imaginar? 😊 ...